........................................................................................OS VELHOS SOLDADOS NUNCA MORREM, ELES APENAS DESAPARECEM!
........................................................................................................................... (Gen. Douglas Mac Arthur)




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sábado, 20 de junho de 2009


Cel. Martins da Rosa chega ao encontro onde será
homenageado.


Novaes o recebe e dá as boas vindas.


Um grupo de antigos canta em sua homenagem o
Hino do Aviador que foi acompanhado por quase
todos os presentes.


Valdacir se apresenta para a entrega do Diploma
de Honta ao Mérito


O Cel. Martins da Rosa lê uma poesia sobre o antigo avião NA T6.

O NA T6 foi um dos modelos por êle pilotado em missões de instrução, exibições da Esquadrilha da Fumaça como em outras missões.

Abaixo na integra a poesia
Procura-se um AVIADOR
Procura-se um aviador. Nem jovem nem velho, apenas antigo.
Que tenha sensibilidade para lidar comigo e compreenda minhas manias, pois já estive à beira do desaparecimento e fui ressuscitado – ou restaurado – como dizem por aí...
Cada novo pedaço de tela, cada nervura, representa cicatrizes dos lanhos de uma vida de vôos e pousos, mais rangidos, estalidos e tendências deste meu corpo – ou fuselagem...
Meu piloto poderá falar quando quiser, mas, sobretudo, terá que saber escutar, ouvir e entender os sons que sou capaz de emitir: como o assobio do vento relativo nos meus montantes e estais; o ronco do meu fiel motor que, às vezes, espouca e tosse, com um bafo de fumaça azulada.
Procura-se um humano que compreenda meus códigos, que talvez sejam mensagens diluídas
pelo tempo e remanescentes de aviadores antigos que me conduziram, ou a outros iguais a mim. Procura-se um aviador que não se importe com meu cheiro de dope, graxa e gasolina, também não se melindre quando eu o respingar de óleo.
Deverá ainda saber usar a bússola e ler uma carta seccional, reconhecendo referências no terreno, compensando o vento e mantendo a rota, sem precisar de mostradores elétricos. Este piloto decerto apreciará as pistas de grama e cascalho, no meio de plantações, pastagens ou na beira dum lago... O aviador que procuro deverá saber extasiar-se com minhas antiquadas chandelles, turneaux e loopings, apenas alegres e espontâneos bailados, sem pretensão a aplausos ou troféus.
Procura-se um aviador que tenha prazer de voar a qualquer hora, mas preferindo decolar ao nascer do sol, ou conduzir-me nas luzes mágicas do sol poente.
Meu piloto será um saudosista por certo, sobrevivente do tempo em que um avião era um avião, e não um foguete com asas, recheado de automatismos.
Este piloto será tido como esquisito, pois será reservado e escondido, com seus sismares, numa surrada jaqueta manchada de óleo.
Será encontrado, junto com poucos iguais a ele, numa boa conversa de hangar.
O aviador que vier por este anúncio será aquele que procure poesia na aviação.
Procura-se este aviador raro, que tenha carinho por mim, a despeito de minha idade, e que, principalmente, não permita que lhe arranquem o romantismo. Interessados dirigirem-se ao HANGAR da SAUDADE, no Campo dos Sonhos, procurar pelo NA T-6.
(autor desconhecido)